EDUCAÇÃO

Estudantes e comunidade se mobilizam para discutir meio ambiente

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Estudantes, professores e comunidade do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) Almira Amorim reuniram-se, na manhã desta segunda-feira (04.05), para abertura da Semana do Meio Ambiente ‘A Escola Refletindo Sustentabilidade e a Rio+20’, promovida pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio da Gerência de Educação Ambiental. Os 1,3 mil alunos da unidade discutirão ao longo desta semana sobre economia verde, desenvolvimento sustentável e consumo consciente. Apresentações culturais, oficinas temáticas, roda de diálogos, também integraram o calendário de atividades.

A Semana do Meio Ambiente possibilita a reflexão sobre o comportamento adotado cotidianamente frente a essa questão. No entanto, as práticas educativas pautadas na educação ambiental não devem se restringir a esse período, conforme a gerente de Educação Ambiental da Seduc, Giselly Gomes. “Nosso grande desafio é fazer com que todas as nossas 734 escolas estejam engajadas nesse movimento, de uma forma articulada. Por isso a necessidade da instalação das Comissões de Qualidade de Vida, que funcionam na sistematização dessas ações”, pontua. Para tanto, relembra ela, os profissionais da educação seguem as Orientações Curriculares.

Uma das estratégias empregadas para a sensibilização sobre o tema de estudantes e comunidade é a realização de oficinas. Conceitos matemáticos, físicos, químicos e biológicos associados ao ‘aprender-fazendo’ são contemplados nessas atividades. Atuando nas disciplinas de Exatas, a professora Amélia Volf ensinou a 50 estudantes do 1º ano do Ensino Médio como desenvolver potencialidades por meio de oficinas de confecção de tapetes e de fuxicos. “Estudamos desde o material usado para a confecção do tecido, qual a sua origem e a destinação do material que sobra depois do beneficiamento do produto. A biologia, a química, a matemática são disciplinas contempladas nesse processo”.

Maria Bernadeth, 58 anos, costureira profissional e estudante ajudou os demais colegas na execução das tarefas e pontua que é mais fácil aprender dessa forma. Longe dos bancos escolares por mais de 30 anos, ela afirma que não iria morrer sem que ‘concluísse os estudos’. “Eu cansei de ser analfabeta. Na verdade eu era meio analfabeta porque tinha estudado apenas até a 4ª série, mas sei das necessidades que passei”.

Outra oficina que despertou à curiosidade dos estudantes empregou materiais que eram destinados ao descarte, como tampas de garrafas plásticas, para a releitura de obras de artes como do quadro Abapuru, de Tarsila do Amaral. “Na minha casa eu sempre peço para que o lixo seja separado, não gosto de gastar água à toa e, sempre, que um vizinho deixa o cano aberto eu peço para desligar, pensar um pouco mais sobre o seu gesto”, conta a estudante, Rita Maria Bezerra, de 40 anos.

Jardim Sensorial

Para o atendimento dos 75 estudantes portadores de necessidades especiais, o Ceja Almira Amorim será a primeira unidade escolar do Estado a ser contemplado com um jardim sensorial. A construção – que vem sendo executada de forma integrada entre profissionais da Seduc e estudantes – já começou a ganhar vida e terá cerca de 200 metros quadrados. A estrutura irá possibilitar em um espaço a aprendizagem sobre a flora e ainda atuará como estímulo a percepção sensorial e educação ambiental. “O espaço será composto de materiais diversos como tampinhas de garrafas plásticas, serragem, cascas de ovos, pedriscos, grama, areia, mosaicos. Materiais que possibilitem o conhecimento de novas texturas e formatos”, explica a arquiteta responsável pelo projeto Simone Dallagnol.

Construção do futuro

“Nós fazemos parte desse processo de redesenhar o futuro. Temos a obrigação de discutir se estamos atuando de uma forma adequada. A escola é um grande potencializador de transformações”, finaliza a coordenadora pedagógica Márcia Cruz. Ela ainda frisa que a escola já se articula para instalação da Comissão de Qualidade de Vida (Com-Vida). “Nós já abraçamos a causa.

Participaram também do lançamento das atividades, a Coordenadoria de Jovens e Adultos da Secretaria de Estado de Educação, DJ Taba que ministrou oficinas de grafitagem e de hip hop, representantes do Instituto dos Cegos de Mato Grosso, além da comunidade local.

Calendário

Na tarde de hoje, a partir das 14h, Eneída Lipai, do Ministério da Educação (MEC) irá realizar uma discussão sobre os preparativos para a IV Conferência Nacional Infanto Juvenil pelo Meio Ambiente, que deve mobilizar todas as escolas brasileiras que ofertem aulas para o 2º e 3º Ciclo de Formação Humana. O evento será realizado no auditório da Seduc.

Na terça-feira, 5 de junho, as discussões sobre a temática ‘A Escola refletindo a Rio+20 serão realizadas na Escola Estadual José Leite de Moraes (rua professora Isabel Pinto, sem número, Cristo Rei, Várzea Grande), a partir das 8h.